5. O Epílogo

- Que tens tu? Não se fala mais em tal. Acabou-se. Não estejas doente. Juro-te, amo-te... Fosse o que fosse, não me importa. Não quero saber, não.
E como ela ia falar, ele pousou-lhe a mão na boca:
- Não, não quero ouvir. Quero que estejas boa, que não sofras! Dize que estás boa! Que tens? Vamos amanhã para o campo, e esquece-se tudo. Foi uma coisa que passou...
Ela disse apenas com a voz sumida:
- Oh! Jorge! Jorge!
- Bem sei... Mas agora vais ser feliz outra vez... Dize, que sentes?
- Aqui - disse ela, e levava as mãos à cabeça. - Dói-me!
Ele ergueu-se para chamar Julião, mas ela reteve-o; atraiu-o; e devorando-o com os olhos onde a febre se acendia, adiantando o rosto, estendia-lhe os lábios. Ele deu-lhe um beijo inteiro, sincero, cheio de perdão.
- Oh! minha pobre cabeça! - gritou ela!
As fontes latejavam-lhe, e uma cor ardente, seca, esbraseava-lhe o rosto.
Como era habituada a enxaquecas, Julião tranquilizou-os; recomendou um sossego imóvel e sinapismos de mostarda aos pés, - até que ele voltasse. (407)
Perspectivas