As relações de Luísa e Basílio entram em processo de desgaste.

De novo a referência à ópera romântica Fausto, de Gounod, com particular destaque para os amores de Fausto e Margarida .

A ópera de Charles François Gounod (1818-1893), Fausto, conta a história de Fausto que vende a alma a Mefistófeles para ficar jovem. Apaixona-se por Margarida, sedú-la e depois deixa-a. Ela dá à luz um filho, que assassina, é presa e, arrependida, é levada pelos anjos para o céu.

A referência feita por Basílio ao teatro romântico e ao Fausto remete com clareza para a vivência romântica das personagens. Mas Basílio, D. Juan experiente, ao contrário de Luísa, destrinça a existência no teatro e na vida real (Berrini, 1984).

A troca azeda de palavras entre Luísa e Basílio indicia a ruptura eminente do seu relacionamento e sobretudo o modo distinto como cada um deles encara a aventura do adultério.

Luísa sente que Basílio não retribui o esforço que ela faz para se encontrar com ele, o que anuncia a decadência da relação entre os amantes, provocada pela própria natureza da relação adulterina que os une: um adultério idealizado por Luísa, um adultério oportuno para Basílio.

Luísa vive o relacionamento amoroso com Basílio à medida da sua imaginação: vive "aparentemente" um grande amor. Basílio, numa posição mais pragmática, sabe que vive mais uma aventura amorosa "realmente" banal.

A referência a passagens amorosas de peças de teatro ou de ópera românticas é usada para opor o mundo ficcional idealístico/romântico - em que o relacionamento amoroso é perfeito - ao mundo real.

A ironia é obtida pelos comentários de Basílio ao introduzir as referências intertextuais (v. intertextualidade).

Mais uma vez o narrador através do comentário de uma personagem alerta ironicamente para o carácter nefastamente idealista da arte romântica.