Perspetiva Teleológica
Teleológica
a) Postulados
Pt1: Agir bem é visar um reto fim, considerando um reto meio
Pt2: As ações corretas são aquelas que produzem as melhores consequências
Pt3: As éticas de tipo consequencialista defendem como princípio que cada indivíduo deve viver de forma a proporcionar a maior felicidade para o maior número
Pt4: A felicidade é a única coisa intrinsecamente valiosa
Pt5: É moralmente irrelevante considerar a intenção que preside à ação, pois o que é crucial são as consequências que derivam da própria ação
Pt6: Não há ações intrinsecamente boas, nem deveres absolutos, por isso a intenção não é decisiva, nem é obrigatório seguir cegamente qualquer preceito socialmente instituído
b) Explicitação
Télos (τελος) significa fim, terminação, consumação, conclusão, meta, alvo, finalidade, propósito, objetivo. Existe um grupo no âmbito da ética normativa que se designa por éticas teleológicas, isto é, teorias que defendem que o certo e o errado são determinados a partir do fim da ação (ou fim a atingir). Do ponto de vista destas éticas devemos fazer o que é certo e o certo é entendido como aquilo que produz os melhores resultados decorrentes da ação. No âmbito das éticas teleológicas, vamos considerar as éticas consequencialistas, isto é, éticas em que o certo e o errado são identificados sempre com as consequências da ação (ética de Stuart Mill). Uma ética de tipo consequencialista defende que devemos agir de forma a produzir boas consequências ou, então, na impossibilidade de tal não poder acontecer, a diminuir as más consequências.
As duas principais correntes do consequencialismo são o egoísmo ético e o utilitarismo. A diferença entre ambas reside no facto de que para o egoísmo ético o fundamental é que o ser humano aja visando o seu benefício próprio, já de acordo com o utilitarismo o ser humano deve agir em função do interesse de todos.
O utilitarismo defende como princípio que cada indivíduo deve viver de forma a proporcionar o maior bem ou maior felicidade para a comunidade. De um ponto de vista moral, uma ação é melhor do que outra se e só se tiver melhores consequências ou resultados para o maior número de pessoas. Assim sendo, as ações devem ser avaliadas como boas ou más apenas em função da virtude das suas consequências. As ações boas são, simplesmente, aquelas que produzem as melhores consequências. O utilitarismo privilegia os fins sobre os meios.
c) Questionações
Será que as circunstâncias ditam as regras a ponto de justificarem os meios?
O sujeito moral pode optar por ações que não respeitem regras morais se em causa estiver a felicidade para o maior número?
Pode o sujeito moral ser uma entidade imparcial e neutra?
d) Referências
Audi, R. (1999). The Cambridge Dictionary of Philosophy. Cambridge: Cambridge University Press.
Beckert, C. (2012). Ética. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa.
Blackburn, S. (1997). Dicionário de Filosofia. Lisboa: Gradiva.
Graig, E. (2000). Concise Routledge Encyclopedia of Philosophy. London: Rutledge.
Mill, J. S. (2005). Utilitarismo. Lisboa: Gradiva.
Rachels, J. (2004). Elementos de Filosofia Moral. Lisboa: Gradiva.
Rée, J. & Urmson, J. (2005). The Concise Encyclopedia of Western Philosophy. London and New York: Routlege.