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Minicaso 5 - Maximizar o bem não olhar a quem

Deontológica

O extrato em apreço cujo título é “maximizar o bem não olhar a quem” remete para a questão da dignidade que é uma qualidade intrínseca da pessoa. De acordo com a ética kantiana tal princípio radica numa conceção de homem como agente racional. Como podemos constatar se é no ser humano enquanto entidade racional que radica a possibilidade de ele próprio ser autor da lei moral, então, só um ser dotado de racionalidade pode efetivamente assumir-se como a encarnação da lei moral em si, uma vez que a esta lei se lhe apresenta a partir de um sentido de dever.

O destino da razão humana é o de produzir uma boa vontade, desta forma é em virtude desta capacidade que os seres racionais possuem que emerge a conceção da pessoa como portadora de dignidade.

É, assim, fundamental que um ser racional reconheça nos seus iguais essa capacidade de racionalidade que os torna também como ele próprio fonte da lei moral, daí a questão da dignidade, uma vez que reconhecer o(s) outro(s) como fim(s) em si mesmo(s)  é reconhecer a sua dignidade, foi isso que Aristides entendeu ao escolher salvar a vida de todos os judeus que a ele recorreram, como diz o extrato em análise: “O visto salvador chegou pelas mãos de Aristides de Sousa Mendes”.

 

Teleológica

A moralidade na teoria de Stuart Mill consiste num esforço permanente para maximizar o prazer, portanto, quanto maior for o prazer experimentado, tanto maior será a felicidade obtida. A partir do princípio da utilidade de Mill é possível inferir que o mesmo alude para uma obrigação acompanhada pelo sentimento de dever, isto é, uma ação moral é aquela que visa promover a máxima felicidade para o maior número; as consequências dessa ação são assim determinantes, pois será desejável que promovam felicidade, não esquecendo um sentido de dignidade que emerge dos prazeres superiores e que a tornam uma realidade mais duradoura e mais desejável, o que nos leva a concluir que a busca de prazer é assim um meio para o ser humano atingir a perfeição moral.

Ao escolher salvar a vida de todos os judeus, Aristides proporcionou com o seu ato uma maior felicidade e bem-estar para o maior número de pessoas afetadas pela sua ação.

Aristides horas a fio carimbou vistos quase não parando para comer, nem beber, esteve dias e dias a autenticar guias numa entrega febril.

Para salvar o máximo de vidas possível, Aristides “criou uma espécie de linha de montagem, os vistos eram preenchido pelos seus ajudantes e o cônsul só tinha que dar o contributo final: a sua assinatura!”.