1. A Vida Burguesa

Ícone iDevice 1. As leituras

Era A Dama das Camélias. Lia muitos romances; tinha uma assinatura, na Baixa, ao mês. Em solteira aos 18 anos, entusiasmara-se por Walter Scott e pela Escócia; desejara então viver num daqueles castelos escoceses, que têm sobre as ogivas os brasões do clan, mobilados com arcas góticas e troféus de armas, forrados de largas tapeçarias onde estão bordadas legendas heróicas, que o vento do lago agita e faz viver: e amara Ervandalo, Morton e Ivanhoé, ternos e graves (...). Mas agora era o moderno que a cativava, Paris, as suas mobílias, as suas sentimentalidades. Ria-se dos trovadores, exaltara-se por Mr. de Camors; e os homens ideais apareciam-lhe de gravata branca, nas ombreiras das salas de baile, com um magnetismo no olhar, devorados de paixão, tendo palavras sublimes. Havia uma semana que se interessava por Margarida Gautier: o seu amor infeliz dava-lhe uma melancolia enevoada (...), nos nomes mesmo do livro - Júlia Duprat, Armando, Prudência, achava o sabor poético de uma vida intensamente amorosa; e todo aquele destino se agitava, como numa música triste, com ceias, noites delirantes, aflições de dinheiro, e dias de melancolia no fundo de um coupé .(20)


Contexto Interno
   
Contexto Referencial
   

 

Perspectivas

Atmosfera Romântica
   
Indícios/símbolos
   
Aparência/realidade
   
Romance de tese naturalista