Basílio tinha beleza, toilette, maneiras, dinheiro!... Se tinha!
As qualidades de Basílio apareciam-lhe então magníficas e abundantes como os atributos de um deus. E estava apaixonado por ela! E queria vir viver junto dela! O amor daquele homem, que tinha esgotado tantas sensações, abandonado decerto tantas mulheres, parecia-lhe como a afirmação gloriosa da sua beleza e da irresistibilidade da sua sedução.
A alegria que lhe dava aquele culto trazia-lhe o receio de o perder. Não o queria ver diminuído; queria-o sempre presente, crescendo, balouçando sem cessar, diante dela, o murmúrio lânguido das ternuras humildes! Podia lá separar-se de Basílio! (155-156)
Contexto interno
Contexto interno
Basílio já se declarara a Luísa e durante o passeio ao campo até lhe propusera fugirem. Sebastião previne Luísa que já se comentam as visitas do primo. Depois do amigo sair, Luísa considera um exagero todos darem opiniões sobre o que ela deve fazer e começa a desculpar-se.
Perspectivas
Atmosfera romântica
Atmosfera romântica
Luísa endeusa Basílio e reconhece nele os atributos dos galãs dos romances: beleza, maneiras, riqueza, experiência no amor, paixão por ela, capacidade de a fazer sentir-se amada.
Indícios/símbolos
Indícios/símbolos
A subordinação de Luísa ao culto que Basílio lhe presta indicia a sua futura submissão e a sua decadência moral.
Aparência/realidade
Aparência/realidade
Luísa via Basílio repleto de atributos magníficos, um perfeito sedutor que abandonara tantos corações femininos e agora estava apaixonado por ela. Assim julgava Luísa, na sua cegueira romântica, e o seu ego transbordava de felicidade.
Romance de tese
Romance de tese
Luísa não podia já admitir separar-se de Basílio, porque, pelos seus atributos e por se revelar apaixonado por ela, se enquadra nas suas expectativas românticas. O seu comportamento, segundo a lógica determinista do romance naturalista, só poderia ser esse.