4. A Ética Burguesa: A Chantagem

Ícone iDevice 4.1. Uma chantagista: Juliana

- Saia! - berrou Luísa - Saia imediatamente! Nem mais um momento em casa!

Juliana pôs-se diante dela, e com palmadas convulsivas no peito, a voz rouca:

- Hei-de sair se eu quiser! Se eu quiser!

- Joana! - bradou Luísa.

Queria chamar a cozinheira, um homem, um polícia, alguém! Mas Juliana descomposta, com o punho no ar, toda a tremer:

- A senhora não me faça sair de mim! A senhora não me faça perder a cabeça! - E com a voz estrangulada através dos dentes serrados: - Olhe que nem todos os papéis foram pró lixo!

Luísa recuou, gritou:

- Que diz você?

- Que as cartas que a senhora escreve aos seus amantes, tenho-as eu aqui! - E bateu na algibeira ferozmente.

Luísa fitou-a um momento com os olhos desvairados, e caiu no chão, junto à causeuse, desmaiada. (230)


Contexto interno
   
Contexto Referencial
   

 

Perspectivas

Indícios/símbolos
   
Decadência
   
Ordem/desordem
   
Romance de Tese