Indícios/símbolos

Um indício anuncia algo que vai ocorrer, tem valor premonitório, de alerta ao leitor. Na obra, por exemplo, surgem indícios de adultério através das referências às óperas.
O símbolo estabelece uma relação semântica de continuidade textual (Lima, 1987), por exemplo, o sarcófago simboliza a morte; o charuto fumado depois de um acto sexual simboliza o domínio da situação.
O símbolo recorre a um conjunto de meios de expressão pelos quais pessoas, coisas, factos ou situações sugerem ideias, sentimentos, estados de coisas, juízos éticos ou outros (Pires, 1992).
O sistemático recurso ao símbolo por parte do narrador constitui um desvio em relação em relação a uma ortodoxia estética naturalista tendente a uma leitura monológica. O símbolo cria ambiguidade, abrindo o texto a uma leitura plural.