Tédio

Ícone iDevice Tédio

O tédio caracteriza-se por um estado de apatia, aborrecimento e ociosidade. O sujeito sente dificuldade em preencher o vazio que no seu tempo psicológico se tornou patente (Serrão, 1962). O ritmo do tempo real altera-se, torna-se demasiado longo de tão vazio de conteúdo que está. Consciente de como o tédio é nocivo, Eça comenta: “O tédio enfraquece, anula o espírito, a vontade, e só deixa viva e exigente - a curiosidade” (Queirós, Uma Campanha Alegre, II: 125).

António Sérgio (1980), talvez de forma exagerada, considera o tédio do ócio o fenómeno psicológico fundamental na obra romanesca de Eça de Queirós.

Nesta obra, ao tédio está ainda associado a monotonia, o calor e o pó lisboetas (Petit, 1987). E quando o tédio da vida é envolvido pela atmosfera romântica, o resultado é a decadência e a catástrofe (Jarnaes, 1977).